Porque usar Fraldas de Pano?


Fraldas de Pano e o meio ambiente

A opção das fraldas de pano consiste em uma atitude mais sustentável uma vez que sua produção não implica o abate massivo de árvores e  não gera a enorme quantidade de lixo produzida pelas fraldas descartáveis.



Durante os 2 primeiros anos de vida, um bebê utiliza de 3.000  à 5.000 fraldas descartáveis e sua decomposição pode demorar até 450 anos. Um bebê utiliza em média 124 fraldas descartáveis por mês.



A escolha das fraldas de pano permite também uma poupança econômica ao mesmo tempo incentiva nossa economia local e as práticas de negócios sustentáveis, pois apenas 20 fraldas tamanho único suprem a necessidade de uso desde o bebê recém nascido até o desfralde.



Até o início dos anos 80 a grande maioria dos bebês utilizava somente fraldas de pano. Hoje, devido à busca de praticidade de pais e mães ocupados, a venda das fraldas descartáveis correspondem a mais de 90% das vendas no Brasil.



A fralda de pano permite que a pele delicada do bebê não fique em contato com substâncias químicas e nocivas .

Elas oferecem mais conexão com seu bebê, pois o uso de fraldas de pano instiga a intuição materna com relação aos ritmos de eliminação do bebê; mais conexão com as mães que vieram antes de você, sua mãe, sua avó, pois todas usaram fraldas de pano; mais conexão com o planeta, pois passa-se a pensar no que está sendo feito, e não apenas se embala o resultado da eliminação e coloca-se no lixo, com se estes fossem sumir.

As fraldas de pano modernas oferecem praticidade, beleza e conforto para seu bebê.

Pegada Ecológica das Fraldas

Um estudo interessante é o elaborado sobre a Pegada Ecológica das Fraldas, na qual compara as fraldas descartáveis com as de pano. 

Segue o texto tirado do site ecosSISTEMAS:

"O descarte das fraldas é apenas a ponta final do problema, já que não foram considerados aí o consumo de recursos naturais, energia e descarte de resíduos durante a fabricação das fraldas. Alguns estudos de análise de ciclo de vida e pegada ecológica foram produzidos recentemente e podem colaborar para trazer luz à uma discussão muitas vezes pouco fundamentada.
O estudo mais recente é um trabalho canadense de autoria de Vizcarra, financiado pela Procter and Gamble (um dos grande fabricantes mundiais de fraldas descartáveis) no ano de 1995. O trabalho foi re-analizado pela Best Foot Forward, organização sediada em Oxford, Inglaterra, com a finalidade de transformar os dados da Análise de Ciclo de Vida em um estudo da Pegada Ecológica. Os resultados podem ser observados na tabela e gráficos  abaixo:
Recurso
Fraldas Descartáveis
Reutilizáveis lavadas em casa
Reutilizáveis lavadas
em lavanderia especializada

Mínimo
Máximo
Mínimo
Máximo
Mínimo
Máximo
Energia Manufatura
0,135
0,222
0,014
0,023
0,029
0,048
Energia utilização
0,000
0,000
0,145
0,238
0,080
0,132
Água - Manufatura
0,004
0,020
0,002
0,008
0,002
0,010
Água - uso
0,000
0,000
0,008
0,039
0,003
0,016
Papel
0,300
0,558
0,000
0,000
0,000
0,000
Algodão
0,000
0,000
0,009
0,015
0,014
0,024
Total
0,44
0,80
0,18
0,32
0,13
0,23
A análise é conduzida utilizando como base o impacto por bebê/ano. A análise compara a Pegada Ecológica de fraldas descartáveis, fraldas reutilizáveis lavadas em casa, e fraldas reutilizáveis lavadas em lavanderia. A pesquisa de Vizcarra utiliza dados Canadenses, que tem suas similaridades para países industrializados.
Os dados utilizados para Análise de Pegada Ecológica de qualquer produto estão sujeitos a uma grande variação de valores, tanto no estágio de análise de ciclo de vida quanto no estágio de conversão para Pegada Ecológica. Para as fraldas de algodão, por exemplo, o consumo de energia/bebê/ano pode variar de acordo com a temperatura da água de lavagem das fraldas, ou com a eficiência na lavagem do serviço de lavanderia.
Adicionalmente, podem haver diferenças nos fatores de conversão para Pegada Ecológica utilizados. Por exemplo, o estudo utilizou um fator de conversão de 0,0164 Hectares/Ano/GJ se a energia para manufatura das fraldas for originária do petróleo ou 0,0270 Hectares/Ano/GJ se a energia for oriunda de eletricidade (termoelétricas). O valor do fator de conversão para papel varia de acordo com o tipo de energia utilizado no processamento do papel, e para o algodão as variações são relacionadas à produtividade do algodão no campo. Fatores de conversão para água dependem da energia incorporada na água do serviço público (quanta energia foi gasta para limpar e entregar a água), que dependerá da eficiência de tratamento e distribuição.
Segundo a pesquisa, podemos observar que as fraldas reutilizáveis apresentam os menores impactos ambientais. Dos dois sistemas de fraldas reutilizáveis, as fraldas que são lavadas por lavanderias especializadas demonstram ser a melhor opção, tomando como base os pressupostos da análise de ciclo de vida. Veja o gráfico comparativo dos 3 sistemas de fraldas na figura1:
fraldas_1
É importante notar que a Pegada Ecológica analiza apenas a utilização de recursos renováveis. No caso do petróleo utilizado para manufatura, é considerada a área necessária de árvores para absorver as emissões de Carbono referentes à queima do combustível.  Não são considerados na análise a utilização e descarte de produtos químicos sintéticos, e o descarte das fraldas, apenas as etapas de produção e uso."

Alguns estudos e o impacto das fraldas descartáveis no meio ambiente


As fraldas reutilizáveis poupam o ambiente em 40% comparando com as descartáveis. Esta foi a conclusão do relatório Life Cycle Analysis, da Environment Agency do Reino Unido em 2008. Ao contrário das descartáveis, as fraldas reutilizáveis permitem aos pais ter um maior controlo sobre a sua pegada ambiental!
Leia o relatório na íntegra aqui!

Segundo um estudo da Quercus, de 2011, o uso de fraldas reutilizáveis evita a produção de 1 tonelada de resíduos por bebé. A Quercus verificou que a utilização de fraldas reutilizáveis em substituição das fraldas descartáveis reduz a produção de 8 kg de resíduos/semana/bebé, o que corresponde a uma média de 1 tonelada de resíduos ao fim dos 2 anos e meio, período durante o qual o bebé necessitará de usar fraldas. Se tivermos em consideração que nascem cerca de 100.000 bebés por ano em Portugal, serão 100.000 toneladas a cada 2,5 anos, ou seja, cerca de 40.000 toneladas/ano só em fraldas descartáveis!


Para melhor compreender a relação dos consumidores com as fraldas de tecido, é importante perceber o que é necessário para fazer uma fralda descartável. As fraldas descartáveis são feitas de "... uma camada exterior de polietileno à prova de água, uma camada interna de pasta de papel, um poliacrilato sintético (o cristal super-abosrvente mencionado no "Health Issues") e uma zona repelente de água. A maior parte das fraldas tem fragrâncias e perfumes."


Assim, começando com a camada exterior de polietileno à prova de água e com a zona repelente de água, vamos ver que materiais em bruto lhes deram origem. O petróleo é o material utilizado para fazer o polietileno das fraldas descartáveis. Todos sabemos que o petróleo é um recurso não renovável. É necessário um copo de crude para fazer o plástico necessário para uma fralda descartável. Levando isto um pouco mais longe, são necessárias 130 Kg de plástico (incluindo o pacote das fraldas) por ano para sustentar um bebé no que diz respeito às fraldas descartáveis. Estes números parecem uma exploração absurda dos recursos naturais, e põem realmente as coisas em perspectiva quando se lê isto: "... são utilizadas 18 mil milhões de fraldas nos EUA por ano. O suficiente para ir à Lua e voltar 9 vezes."

Entrando dentro da fralda, irá encontrar a camada interna composta por pasta de papel e poliacrilato de sódio. Voltando aos números, são necessários 200-400 kg de pasta de papel para sustentar um bebé, em termos de fraldas, durante 1 ano. Por outro lado, se optar pelas fraldas de pano, usará menos de 10 kg de algodão para dois anos de fraldas! Este é um meio significativo de reduzir o consumo de petróleo, e o algodão é um recurso facilmente renovável. A pasta de papel é também, de forma indireta, um contaminante, pois tem de ser branqueada para ficar com o aspecto branco que vemos nas fraldas descartáveis. O branqueamento produz produtos químicos tóxicos como as dioxinas.

De acordo com a CDC (Cotton Diaper Coalition), são necessárias "quantidades maciças de água" para transformar a polpa da madeira em papel para descartáveis (...)A produção de uma fralda descartável tem um preço ambiental muito elevado em termos de água e energia. O Landbank Consultancy, agenciado pela Women's Environmental Network in London, reprocessou os estudos de 1991 da Procter & Gamble que falsamente proclamavam que o impacto das fraldas descartáveis não era pior do que o das fraldas de pano. O Landbank Consultancy levou até em consideração que quando se utilizavam fraldas de pano, há mudanças de fralda mais frequentes – eles assinalavam um rácio de 1/1,72 para assinalar a diferença. A Procter and Gamble não processou este estudo (de assinalar que são fabricantes de fraldas).

Posto de forma simples, uma vez que as fraldas descartáveis consomem mais 70% de energia que a média das fraldas de pano por muda de fralda, será que é sensato utilizar 11,7 mil milhões de litros de petróleo e mais de 250.000 árvores anualmente (só nos Estados Unidos) para manufacturá-las quando elas acabam nas nossas lixeiras sobrelotadas?

O mito das fraldas descartáveis



Há uma nova geração que acredita haver apenas uma coisa que se põe no bumbum dos bebés; é de plástico, compra-se em grandes pacotes nas lojas e supermercados, desdobra-se, usa-se e atira-se ao lixo quando está suja (...) Atira-se para o lixo (só nos E.U.A) cerca de 18 biliões delas por ano, parecendo acreditar que desaparecem nalgum lugar mágico onde vão dissolver-se. A verdade é que a maioria das fraldas descartáveis acaba em aterros. Lá ficam, pequenos amontoados bem apertados de fezes e urina que, parcial e lentamente, se vão decompondo (...). O que começou como um sonho publicitário de bebês mais secos, confortáveis e felizes tornou-se um pesadelo de acumular de resíduos sólidos e de recursos materiais desperdiçados, numa indústria de economia crescente e que põe em risco a saúde pública, num cenário em que a capacidade dos aterros vai diminuindo velozmente, pois este é um país guiado pela febre de consumo.

(...)A mitologia que cerca o método moderno de usar fraldas é uma descendente direta da ética moderna do desperdício, cujas raízes são, geralmente, vistas como econômicas. Com o lucro baseado no número de vendas os fabricantes têm um incentivo redobrado para padrinhar o obsoleto. E assim é em relação a fraldas (...).

Uma vez usadas, cerca de 90 a 95% dos 18 bilhões de fraldas descartáveis (apenas nos E.U.A) entram no ciclo de lixo caseiro e vão parar a aterros, criando de imediato um problema de saúde pública.

Detritos contendo vírus de fezes humanas (incluindo vacinas vivas usadas na imunização de rotina em crianças) podem infiltrar-se na terra e poluir as reservas de água no subsolo. Além deste potencial de contaminação subterrânea, vírus transportados por moscas e outros insectos contribuem para uma situação nada saudável.

Apesar das embalagens de fraldas descartáveis recomendarem que se deitem os detritos fecais para a sanita, tal procedimento não é prático e é, de facto, desencorajado pelo design da fralda-completa-numa-só-peça, que não permite retirar uma parte da fralda facilmente. Por esta e outras razões é duvidoso que mais do que 10% dos pais sacudam os detritos das fraldas descartáveis.

(...) O desperdício de materiais é outra consequência do uso de fraldas descartáveis. Desde que uma fralda descartável é posta num bebé, pode ter uma duração útil de algumas horas, na melhor das hipóteses. E como não há nenhum modo de a reutilizar o uso deste produto, só nos Estados Unidos, provoca o desperdício de 100 000 toneladas de plástico e 800 000 toneladas de polpa de árvores.

(...) Assim, assumindo que 18 biliões de fraldas descartáveis são vendidas por ano (só nos E.U.A) e que mais de 90% delas acabam em aterros sanitários isto traduz-se em mais de 4,275,000 toneladas de fraldas descartáveis atiradas para os aterros, por ano.

(.....) Há alternativas possíveis ao envio para um aterro de 10,000 fraldas feitas de plástico e de polpa de árvore, por criança. As fraldas de pano, quer lavadas em casa ou por um serviço de lavandaria, com certeza que exigem uma mudança no estilo de vida e no modo de lidar com a higiene dos filhos, por parte dos pais. Para uma escolha de fraldas feita conscientemente, assim como as escolhas conscientes de vida, exige-se aos pais e aos outros que pensem no que estão a usar no corpo dos seus filhos e qual será o seu destino.

(...)O uso da fralda descartável tem sido encorajado há tempo demais. Está na altura de pais, profissionais de saúde, gestores de tratamento de resíduos sólidos e a administração pública começarem a pensar seriamente nos problemas causados e nas alternativas ao uso de fraldas descartáveis. Está na altura de mudar!

Carl Lehrburger, Whole Earth Review, Outono, 1988

Leia este artigo na íntegra aqui!

Ações mais amigas do meio ambiente

Para além de usar fraldas reutilizáveis nos seus filhos, pode contribuir com mais alguns gestos, poupando ainda mais o ambiente. Aqui deixamos algumas sugestões.

- Lave as fraldas com detergentes ecológicos e não utilize amaciadores. 

- Lave as fraldas na máquina em cargas completas e nunca a mais de 60º. 

- Seque as fraldas no estendal, evite a máquina de secar. 

- Nunca passe as fraldas a ferro. 

- Se usar papel protector, reutilize-o sempre que possível, pois este pode ser lavado cerca de três vezes. 

- Utilize sempre toalhitas reutilizáveis, e lave juntamente com as fraldas. É uma solução mais económica e amiga do ambiente! 

- Escolha fraldas feitas de tecidos orgânicos e/ou não branqueados. Tradicionalmente o algodão tem uma cultura difícil e, muitas vezes, os produtores usam fertilizantes e pesticidas artificiais, que contaminam a água e a terra no meio envolvente ao do cultivo. Se optar por fraldas de algodão certifique-se que é orgânico, pois este é cultivado sem recurso a esses produtos químicos. Certifique-se também que o algodão não é branqueado. O branqueamento dos tecidos é também um processo prejudicial ao meio ambiente, pois utiliza enormes quantidades de lixívia. Pode optar também pelas fraldas de bambu, pois esta matéria-prima cresce mais facilmente que o algodão e não se recorre a produtos químicos. 

- Certifique-se que as fraldas foram "eticamente fabricadas" em fábricas que garantem condições justas aos seus trabalhadores. 

- Reutilize as fraldas noutro bebé, oferece-as a quem necessitar ou venda-as quando já não precisar. 

2 comentários:

  1. adorei, foi a explicação mais completa que eu encontrei até agora!!! parabéns!!!

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  2. Sua explicação,muito bacana...encontrei também um site com fraldas que gostei muito www.biolinum.com.br .Você tem fotos de suas fraldas para ver...ganharei em Março. abraços

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